30 de nov. de 2009


Seja criativo.
Coloque mais cor.
E páre de reclamar.

Não dá esperar pelo futuro para ser feliz. Não, simplesmente não dá meu bem. É preciso saber o que siginificam conceitos como 'agora', 'expressão', 'raciocínio', 'sabedoria', 'tempo', 'coragem', 'responsabilidade', 'sua responsabilidade', responsabilidade sobre si, sobre seus atos, seus pensamentos e suas escolhas. Ação. Agir é fundamental para não fossilizar. Não sejamos um lugar acumulado de cansaço. Não sejamos matéria morta num lugar cheio de vida que nos confunde e engana quanto à nossa plenitude de viver. Você pode ser só uma titica de barro endurecido na crista de um cavalo a cavalgar. Já pensou? Se estiver bom, satisfeito assim, ao menos aproveite o passeio. Cuidado pois frágil assim na chuva você se dissolve e se perde. E o cavalo volta a cavalgar sem você. A visão às vezes é cega. Ambíguo conceito... Desculpe, mas eu tinha que dizer isso... para mim.
É difícil às vezes meu bem, eu sei, mas é preciso.
Levante-se, erga-se, estique a coluna, ganhe espaço entre as vértebras e os sentimentos, ganhe espaço em si, expaaaaanda-se.
Há quanto tempo você não sente? Sinta algo bem gostoso, se você ainda não encontrou e está ansioso demais para procurar (pois todos nós temos esse troço gostoso do qual falo), crie um algo novo. Sinta esse bem estar agora. Olha, nós respiramos meu bem. Isso é maravilhoso! Aproveite enquanto você é capaz! Seja feliz e só sente-se inerte se for para contemplar o que se criou de bom (e levante-se em seguida para criar sempre outros bom's), ou para receber e dar carinho.

Ofereça a si e ao universo coragem para ser feliz agora. É fundamental. Pode crer.
EU VOU PARA ONDE QUERO IR.
ÀS VEZES É LONGE.
ÀS VEZES É PERTO.
MAS EU SEMPRE VOU.
CHEGAR É OUTRA HISTÓRIA.
LONGA...
PRAZEROSA...

29 de nov. de 2009


Não vou permitir, insistir, ao contrário, vou deixar esse vento levar os pensamentos embalados naquelas músicas novas daquela voz que surgiu e que se espalhou faceira. Pediu que eu ouvisse, "você vai gostar", disse. Gostei, mas gostei tarde demais, quando o calor já tinha ido embora. Brisa fresca no inverno perde o encanto. Brisa é pra ser fresca e só. Calor é que esquenta, o resto é só lembrança.

Eu escrevo essas palavras cortadas, sem sentido, sentindo o sentido do sentir. É pra ser confuso assim? Ouvi das fadas na madrugada que não. É pra ser simples, mulher. Mas simples é complexo demais pra mim, pra você, para o mundo, e por isso o simples é filosofia de cabeceira vazia de livro e repleta de poeira de janela aberta dos dias quentes demais. Passo o dedo nessa poeira e escrevo o nome que quero, que me lembro. Pode ser qualquer um. Isso não importa para mim. Para o resto pode sim importar, mas quem se importa com a importância da cabeça confusa dela?

"Mamãe!" Tropeçou e caiu. A mãe arregalou os olhos, interrompeu a respiração e esperou. A criança se levantou em silêncio, séria, olhou para a mãe e sorriu. Tinha bom humor. Tinha amarelo na alma. Era expandida para cima e para os lados.

Naquela alma fazia frio, havia um vento frio arrepiando os pêlos, estava gélida a sensação, endurecidas extremidades, respiração curta, músculos sem controle e trêmulos, cansados. Sentada abraçando as pernas para aquecer a si de seu frio vazio sentiu, de repente, o toque quente, muito quente da palma da mão. Era como uma fogueira se alastrando por todo o corpo dela. O calor chegou. A brisa é que veio tarde demais. Nada demais.

É só loucura. Ou distração. Ou nada de relevante.

É só ela.

26 de nov. de 2009

Olhos abertos.
Sabedoria.
Atenção.
Muita atenção.
Perceba-se.
Note-se.
Observe-se.
Sinta-se.
Silencie.
Se.
Respire.
Respire.
Respire...
Às vezes parece que tem alguma coisa no ar... algo estranho. Essa coisa de energia negativa existe? E se existe será que pega mesmo ou a gente só sente que tá ali? Tipo ir no zoológico e saber que tem um tigre, mas que está dentro da cela, fechado, que nunca escapará. Será que 'nunca' existe? Ou será que essa baboseira toda é só calor esquentando a moringa? Sei lá.
Quero ir pra um lugar cheio de natureza simples e com pouca gente, só as boas e matutas. Deixar tudo lá, inveja, ciúme, despeito, tudo que é ruim e que parece aquele lodinho disfarçado que te derruba quando você está distraído olhando o céu. Sei lá. Hoje ouvi um professor contar umas histórias enquanto fazíamos hora para terminar o tempo de aula (faculdade pública é isso aí). Nós dois ali e as histórias... assustadores os sinais que a vida dá.
Ai esse calor...

Quero o direito ao vampirismo tropicalista pós AI-5 ,

quero o direito de expressar meu submundo, minha escuridão de forma criativa, nova,

não paralela mas sim simultânea ao mundo,

(grita Martinez, grita o que foi sábio!),

falar a la 'nostri succhi' às coisas, às pessoas.

Produção cultural de qualidade se faz no dia e na noite.

Caetanizar com doces Gilmeralizados nos bolsos e boca,

ZéCelsosoar aos ventos frescos,

Oiticicar o canto dos pássaros,

Glauber Rochear pedrinhas nos rios da roça,

Lygia Clarkear trotes de cavalos

e ser como esses e outros gênios tropicais:

antropofágica, corajosa, re-per-sistente e artista...
.
.
... porque ninguém é de ferro.

9 de nov. de 2009


Hoje assisti as aulas da faculdade com um gatinho filhote no colo... uma coisinha branca de olhos claros...mmmm...coisinha pequenina.... instinto maternal é fogo! Delícia de dia... ele foi embora com a nova mãe e senti um vazio... olhei para o corredor do lado de fora, observei meu corpo voltando ao que é sem nada vivo, pequeno e tão molinho dormindo por tanto tempo... remodelar foi cheio, voltar ao que era foi tão oco.

O que fazer com tanto colo sobrando?

Acho que biologicamente estou no ponto.

Cuidado garotinha... muito cuidado...

7 de nov. de 2009


Hoje quero falar de mim, falar sem limites, falar comigo sobre todas que estão inside me. Falar de mim e em mim, das que vivem em mim, que são a mim. Eu sou ela, ela sou eu. Quantos eu's existem em mim? Onde está ela em mim? Ela sou eu ontem, hoje ou amanhã? Ela sou eu. Eu. Ela. Quem serei? Eu passado e presente? Ela presente e futuro?
Você já foi voce e outro voce? Quem é ele, ou ela? Quem é você? Essa resposta existe? E essa pergunta? Eu e ela somos a mesma partícula não sólida de coisa alguma. Mutáveis. Irreais?...
eu = ela = passado = presente = futur...? = existir = mistério = eu = ela = vida = uma coisa só = eu = única = não solitária de todas elas eu's = infinita de elas eu's dentro de mim... ao mesmo tempo.

Quis que alguém segurasse minha mão enquanto eu achei que perdia a fé.

Quis que esse alguém segurasse para si o que havia de mais belo e gentil em mim. Doação.
Eu esperei por anos que uma borboleta pousasse na mais bela flor para que assim eu pudesse irradiar o sentido do amor, do viver, do existir.
Eu olhava o jardim sozinha e paciente.
Eu soube esperar.
Experimentei o frescor do mar, da brisa, da laranjeira, do doce suor desse alguém num dia fresco de fraca luz que invadia a janela, penetrante luz desse alguém em mim, em minha história.
Ninho que se criava e se perdia. Ela sofria. Eu sugava suas lágrimas. Sugava a ela e sua dor com tudo o que eu podia enquanto outros abandonavam o sonho, o contato.
Explodi a mim, desafiei a mim. Por ela.
Pouco tempo. Muita confiança.
Senti perfumes, texturas, velas e luzes, novos sons. Música e gostos. Incensos.
Mudei conceitos, quebrei expectativas vãs e olhei para o presente, para o lado, para ti.
Inevitável. Irresistível.
O futuro e meus planos ficaram para trás.
O big bang de ti, da sua presença explodia em mim, invadia a mim, inundava meu ser. Eu quis.
Nos dê uma chance? Nada pode ser pela metade. Investimento.
Chance...chance...coragem...calor, mais uma vez e sempre a cada vez mais. É possível ser feliz assim.
O tempo não importa. O tempo limita. Fé.
Quis Darwin de ti, evolução de ti, seleção natural de ti. Talento...aaaar.....talento....beleza....aaaaar....Maresia és tu.
Não hesitei em sentir a taquicardia que indicava o infinito, inesquecível, único e amplo.Tremia. Arrepiava-me. Apostava-me.
Leilão de destino meu. Investimento seu.
Eu deixava para o futuro incerto o que planejei e senti; abri mão, adiei pois optei pelo que por oração recebia de bom, de doação, de carinho, de presença. Eu adorei. Literal. Eu precisei. Vivi.
Disse não à projeção do que não existia e gritei sim ao que sentia o músculo vital. Era isso, tu, vida e sussurro.
Flor.
Quis que esse alguém soubesse do presente, não temesse o futuro, vivesse o que ali havia, quem ali havia, paciente, alma, inteiramente para ti, até o incerto fim... mas não pude insistir. Eu não poderia.
Aceitei. Senti, Sofri. Calei.
Fim.
Fim do que existe, do que é bom, do que respira e abraça na noite difícil, solitária, fim do perfume da pele branca, dos lábios macios, das mãos e pêlos.Eu não tive medo do presente. Talvez do futuro. De que importa esse conceito? O futuro existe?
Quis a coragem para esse alguém, quis arrancar o delírio solo da bailarina e dar as mãos e músculos para o sonho do presente, para a negação do que não há e nunca haverá no amanhã. Filosofia.
Falta de desejo? Conveniência.Tudo é tão relativo...
Investimento. Em si.
Abraço na noite, é tão bom poder se lembrar do corpo envolto no outro, quente e aconhegante, protetor, presença... fim da solidão.
Delicado...
Hoje. O hoje passa. A bailarina quis o passado no presente e o futuro no não sei.
Ela? Dela não sei.
Eu? Eu quis sonhar.
Solitário é o sonho dos que sentem o agora. Sós...
Arrisquei-me.
Fim.
Lembra-se do som que você fazia quando aquilo acontecia?
Arrisquei-me.
Lembra-se?
Arrisquei-me.
Era o seu som.
Arrisquei-me.
Fim.



















SE TANTO CALOR NÃO ESTÁ ANIMANDO,
FAÇO DO REFRESCAR-ME A MAIS DIVERTIDA BRINCADEIRA!
SEJA CRIATIVO!
SEMPRE VALE MUITO A PENA!

Essa semana após uma aula maravilhosa de muito alongamento e dança criativa tomei um banho de mar no Arpoador às 22h da noite. A água transparente, tranquila, calor, o musgo verde das pedras que pareciam ser de um sonho lindo, boa companhia... A lua cheia imensa e brilhante iluminava a água como se fosse um farol na areia que fazia da água um mar esverdeado de algum país distante daqueles que se vê em filme quando se é criança. Mas era Brasil, era Rio de Janeiro e era eu ali dentro. Feliz. Em contato. Vem uma onda, aquela formação densa de água tranquila pouco acima dos meus olhos, como um quadro. A luz da lua atinge a água em cheio e observo uma mancha prata e cintilante. Um cardume de pequenos peixes parecia uma pintura à base de prata bem à minha frente. Fiquei em transe. Em segundos todo o cardume estava ao meu redor nadando e nadando felizes resolvendo suas questões de peixe, aproveitando como eu aquela temperatura boa, aquela energia única. Olhei para a água lotada de mim e deles, fechei a mão como uma concha e peguei um peixinho prateado nas mãos. Ofereci à lua e devolvi ao mar. Segundos de mar no ar, eu no mar, eu na lua e a lua em todos nós. Na cidade inteira. Nos que se refrescavam e nos que dormiam.

O Rio de Janeiro é lindo!

3 de nov. de 2009


Ontem assisti ao "This is it". Já havia lido algumas notas e críticas sobre o filme e vendo os elogios achei que era mais uma "babação pós mortun" ou "vamos fazer grana com isso" em relação à Michael Jackson. Sempre adorei MJ e saber da morte dele realmente foi uma pena para mim, para minha 'infãncia'. Realmente senti pesar e por essa razão, ao respeito pela figura dele, é que evitei ver sensassionalismos sobre o assunto.

Quando vi o filme tive o prazer de ver que eu estava equivocada. Realmente a obra mostra o profissional maravilhoso que ele foi, a forma delicada e gentil de lidar com as pessoas sem se esquecer do conceito de profissionalismo. Achei que eu poderia cometer aquelas coisas de chorar no final e tudo mais, mas o que senti foi alegria por ver que tivemos a sorte de ter nesse tempo um homem sensível que entrou para a história como um camaleão de si mesmo e do mercado. Me senti muito feliz por ver um diretor não lançar mão de nenhum momento desagradável ou pouco belo para polemizar Michael, colocá-lo em destrutivo julgamento. Belas cenas de respeito e cheias de emoção. Penso sobre ele e imagino o que a arte espera de nós que a servimos e que fizemos dela nosso ofício. Como lidamos com os que estão ao nosso redor no processo criativo, como conciliamos egos, como ponderamos entre o sentimentalismo e o profissional? É preciso ser um homem de valor para saber lidar com tudo isso. Melhor é quando não nos destruimos para conseguir ser assim.

2 de nov. de 2009

...às vezes eu me esforço...