7 de nov. de 2009


Hoje quero falar de mim, falar sem limites, falar comigo sobre todas que estão inside me. Falar de mim e em mim, das que vivem em mim, que são a mim. Eu sou ela, ela sou eu. Quantos eu's existem em mim? Onde está ela em mim? Ela sou eu ontem, hoje ou amanhã? Ela sou eu. Eu. Ela. Quem serei? Eu passado e presente? Ela presente e futuro?
Você já foi voce e outro voce? Quem é ele, ou ela? Quem é você? Essa resposta existe? E essa pergunta? Eu e ela somos a mesma partícula não sólida de coisa alguma. Mutáveis. Irreais?...
eu = ela = passado = presente = futur...? = existir = mistério = eu = ela = vida = uma coisa só = eu = única = não solitária de todas elas eu's = infinita de elas eu's dentro de mim... ao mesmo tempo.

Quis que alguém segurasse minha mão enquanto eu achei que perdia a fé.

Quis que esse alguém segurasse para si o que havia de mais belo e gentil em mim. Doação.
Eu esperei por anos que uma borboleta pousasse na mais bela flor para que assim eu pudesse irradiar o sentido do amor, do viver, do existir.
Eu olhava o jardim sozinha e paciente.
Eu soube esperar.
Experimentei o frescor do mar, da brisa, da laranjeira, do doce suor desse alguém num dia fresco de fraca luz que invadia a janela, penetrante luz desse alguém em mim, em minha história.
Ninho que se criava e se perdia. Ela sofria. Eu sugava suas lágrimas. Sugava a ela e sua dor com tudo o que eu podia enquanto outros abandonavam o sonho, o contato.
Explodi a mim, desafiei a mim. Por ela.
Pouco tempo. Muita confiança.
Senti perfumes, texturas, velas e luzes, novos sons. Música e gostos. Incensos.
Mudei conceitos, quebrei expectativas vãs e olhei para o presente, para o lado, para ti.
Inevitável. Irresistível.
O futuro e meus planos ficaram para trás.
O big bang de ti, da sua presença explodia em mim, invadia a mim, inundava meu ser. Eu quis.
Nos dê uma chance? Nada pode ser pela metade. Investimento.
Chance...chance...coragem...calor, mais uma vez e sempre a cada vez mais. É possível ser feliz assim.
O tempo não importa. O tempo limita. Fé.
Quis Darwin de ti, evolução de ti, seleção natural de ti. Talento...aaaar.....talento....beleza....aaaaar....Maresia és tu.
Não hesitei em sentir a taquicardia que indicava o infinito, inesquecível, único e amplo.Tremia. Arrepiava-me. Apostava-me.
Leilão de destino meu. Investimento seu.
Eu deixava para o futuro incerto o que planejei e senti; abri mão, adiei pois optei pelo que por oração recebia de bom, de doação, de carinho, de presença. Eu adorei. Literal. Eu precisei. Vivi.
Disse não à projeção do que não existia e gritei sim ao que sentia o músculo vital. Era isso, tu, vida e sussurro.
Flor.
Quis que esse alguém soubesse do presente, não temesse o futuro, vivesse o que ali havia, quem ali havia, paciente, alma, inteiramente para ti, até o incerto fim... mas não pude insistir. Eu não poderia.
Aceitei. Senti, Sofri. Calei.
Fim.
Fim do que existe, do que é bom, do que respira e abraça na noite difícil, solitária, fim do perfume da pele branca, dos lábios macios, das mãos e pêlos.Eu não tive medo do presente. Talvez do futuro. De que importa esse conceito? O futuro existe?
Quis a coragem para esse alguém, quis arrancar o delírio solo da bailarina e dar as mãos e músculos para o sonho do presente, para a negação do que não há e nunca haverá no amanhã. Filosofia.
Falta de desejo? Conveniência.Tudo é tão relativo...
Investimento. Em si.
Abraço na noite, é tão bom poder se lembrar do corpo envolto no outro, quente e aconhegante, protetor, presença... fim da solidão.
Delicado...
Hoje. O hoje passa. A bailarina quis o passado no presente e o futuro no não sei.
Ela? Dela não sei.
Eu? Eu quis sonhar.
Solitário é o sonho dos que sentem o agora. Sós...
Arrisquei-me.
Fim.
Lembra-se do som que você fazia quando aquilo acontecia?
Arrisquei-me.
Lembra-se?
Arrisquei-me.
Era o seu som.
Arrisquei-me.
Fim.

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