31 de mai. de 2010

Tenho andado sem tempo para escrever, e a bagagem e saudade apertam muito. Escrever aqui me ajuda a pensar, a refletir sobre mim e sobre todo o resto. Enfim, como o tempo é realmente muito curto, escrevo no fluxo dos pensamentos, escrevo como para mim mesma, minha intimidade letrada. Escrevo sem corrigir, pensando, indo e voltando...
Comprei "Saber Cuidar" de Leonardo Boff. O livro até está na bibliografia do projeto que faço parte, mas confesso que ainda não havia lido. Semana passada acabei "caindo de pára-quedas" na palestra de uma amiga sobre psicomotricidade. Quis sair correndo de casa e, de repente, me vi sentada numa cadeira com um grupo de educadores, psicólogos e "cuidadores" fazendo uma vivência singela e especial. Dentre vários livros citados, esse apareceu. Guardei. Na semana que se seguiu estava eu numa reunião de projeto de extenção quando, de repente, surge o livro mais uma vez nas mãos de alguém muito especial. Resultado: saí e fui direto comprá-lo. Boa coisa que fiz!
O livro (para quem ainda não teve o prazer de ler) fala sobre o sentido central do homem, do mundo: o cuidar. Levanta esse cuidado como fator fundamental no viver, como algo indispensável e que por várias razões acabamos por nos esquecer. Também levanta algumas razões para esse esquecimento e o resultado disso. Concordo plenamente com tudo que li até agora e, como ainda não cheguei ao final e não tenho a menor pressa em fazê-lo, tentarei ir comentando algumas coisas por aqui no decorrer dessa gentil aventura. Por agora transcrevo uma frase logo do início, frase essa que, inclusive, foi a primeira que ouvi sobre o livro na palestra que estive:
"O cuidado é, na verdade, o suporte real da criatividade, da liberdade e da inteligência."
O curioso é que esse "cuidar" entra em diálogo com outro tema que tem sido meu perseguidor; essas coisas que as energias do mundo explicam. Opressão. Cuidado e opressão: como dialogar com esses dois opostos e chegar na razão desses fatos estarem tão presentes num mesmo momento? Reflito, medito, sinto... Eu, claro, sei que esses temas tem sido parte quase que total nesse meu momento de vida. Porém ainda não tenho respostas da razão disso. Hoje vislumbro alguma coisa, mas sei que estou ainda distante da conclusão final. Como a esfinge, ao ter essa resposta que tanto busco ( e que se faz urgente e necessária), terminarei um ciclo difícil e doloroso. Sinto que estou perante uma grande, imensa porta que não se abre. Fico ali parada na frente dela. Portas imensas, metros e metros mais alta que eu. Larga. Às vezes sinto que ela se abrirá e lá dentro haverá um sol amarelo que iluminará o universo. Outras vezes sinto que ao abrí-la, verei um espelho. A resposta está oculta, ela é a chave. Resta-me estar de pé em busca dela, resta-me estar bem para ela chegar. Por hora fico por aqui. Está bom por hoje.
Saúde a todos!
Principalmente mental e emocional.
Beijos ainda saudosos.

30 de mai. de 2010

Tentando voltar...