Quero me sentar e ouvir a fala mansa e serena dos sábios do universo, uma conversa informal, algo leve e relaxante.
Não desejo conversas profundas, as maiores revelações feitas das formas mais sutis.
Quero me deitar numa rede azul claro mesclada com cores felizes e animadas, beber alguma coisa que refresque minhas palavras para só assim poder falar o pouco que poderia desejar. Passar a tarde assim.
Depois, no pôr-do-sol, sentir o silêncio dos homens, a voz dos ventos e o canto dos pássaros. Quero dormir cedo num lugar onde o tempo não exista, acordar com o sol e ir passear por verdes estradas, caminhos e sonhos.
Montar à cavalo e partir veloz com o melhor amigo de dentro: o amor. Daquele universal, sabe? O maior de todos, magnífico, magnânimo, humilde, discreto e potente como um furacão.
Quero ouvir o segredo do ambíguo, o caminho mais longo, o caminho do meio, substituir o mal pelo bem por puro fato, o sim pelo não e o não pelo sim por pura lógica, ser sábia de mim e dos outros, ser eu mesma sabendo quem eu sou.
Amar os outros externos a mim, a todos, amar a vida porque é vida.
Felicidade existe.
Saúde é sorte e cuidado.
Viver é recompensa.
Dinheiro é invenção.
Quero descansar, ter braços confortáveis e coisas para abraçar, gente ou árvore, bicho ou travesseiro.
Quero beijos gostosos e memórias resolvidas.
Mãos dadas, parceria com o eterno de cada coisa, de cada um.
Quero luzes brancas e amarelas ao redor de todos nós, cores azuis também são bem vindas, o arco-íris na retina e no céu depois do úmido de lágrimas ou das tempestades.
O pote de ouro está em ti.
O ouro do pote está em mim.
E vice versa.
Eu te abrigo, você me abriga, minha riqueza em ti, teu brilho em mim, únicos e unidos, diferentes e complementares.
Essenciais.
Eu quero uma visão.