28 de jun. de 2009



A cada dia que passa mais rolinhas visitam a janela da menina pela manhã. Antes mesmo de chegar ao primeiro portal concreto para o mundo a moça já aguarda ansiosa para a contagem de quantas amigas a foram visitar. " - Elas querem o calor do sol no telhado de argila. Delicioooooso", explica ela para os amigos curiosos. Tempo frio e elas demoram um pouco mais para chegar. Tempo quente e elas já estão ali.

Certo dia às 5h da manhã fez um frio pior e a menina abriu a janela certa da ausência das amigas passarinhas. Qual a surpresa ao ver tantas, mas tantas ali no frio e no chuvisco aguardando quase imóveis, expandidas as penas leves para se aquecerem enquanto o sol não vinha lamber o telhado! A menina pensou: "-Nossa, vocês devem estar com muito frio vindo tão cedo e nesse tempo ruim".

Pela primeira vez ela sentiu as rolinhas ansiosas. Até os pássaros sentem a angústia pelo fim do tempo frio. Mas esperam, esperam no lugar onde o sol bate mais cedo pela manhã. Elas fazem suas tarefas acreditam, se unem, usam as penas e asas para manter o calor possível, tudo o que podem.

A menina gosta do tempo quente. Não o calor do meio-dia, mas a temperatura da manhã, do início do dia, das relações, da vida. O tempo aquecido traz os amigos mais cedo ao telhado.

Ela moça fecha a janela e cantarola serena no frio, mas certa como a lição das amigas que o sol está para chegar. Infalível.

"Lá vem o sol, tchurururu, lá vem o sol...eu já sei. Lá vem lá..."

Nenhum comentário:

Postar um comentário