26 de out. de 2009

Eu gosto de falar de amor como criança gosta de brincar, merece.
Gosto de falar de amor,
de música,
de mim,
de você,
de nós humanos juntos,
abraçados,
cotovelos, joelhos, dobras,
pulsos e calcanhares para segurar e sustentar minha dor,
meu amor, e eu e você.
Gosto daquele cantor de voz grave, de melodia secreta, simples, nossa.
Gosto daquele cheiro de sabonete novo e diferente,
daquele colchão,
daquela luz mal entrada em nossa intimidade que a lua viu,
que os vizinhos viram...
...e que a gente nem ligou porque estávamos ocupados
com a fábrica secreta de amor e luz.
Gosto da pele hidratada, viva,
do cheiro daquele cantinho, lugarzinho.
Gosto da sopa,
daquela roupa,
daquela vela,
torrada,
salada.
Pancada estava eu de você
de vontade,
de viver,
de energia expandida,
flutuante, lúcida e delirante.
Tudo junto, comunhão.
O dia teimoso me desafiava amanhecendo e eu...
eu querendo noite, e escuro, e meia luz talvez,
e sons baixinhos, sons...
sons...
sons... baixinhos.
Eu gosto de falar de amor.

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