30 de out. de 2009

Estou p*t* da vida nesse exato momento. Já escrevi três textos e apaguei a todos pois dois jovens mal educados estão aos berros ao meu lado(no momento encontro-me numa biblioteca) e não percebem a presença de outra pessoa no lugar. Falam alto, falam para eu ouvir. Odeio quem fala para eu ouvir sem estar falando diretamente comigo. Odeio quando vejo isso acontecer. Odeio quando também faço isso e agora odeio ainda mais. Invasão do espaço alheio. Carapuça que serve pode ser difícil...
Enfim, não escrevo sobre nada do que eu queria e faço o que o casal mal educado deseja: torno os dois o centro do meu instante. Retiro de mim o momento meu, íntimo meu, e passo para eles, para o ego deles. Quantas e quantas vezes passamos por esses roubos de nós mesmos durante o dia? Uma palavra interrompida, um silêncio forçado, alguém que corta seu assunto para "só uma informação, rapidinho!".
Invadimos e somos invadidos o tempo todo. Às vezes de forma sutil, outras de modo agressivo, vulgar, insuportável. É preciso cuidar do velho conceito de sociedade, de todo, de grupo. Se não se consegue é melhor procurar um lugarzinho pra chamar de seu e lá, escondidinho, arreganhar o umbigo com os dedos até que ele englobe todo o universo.

Um comentário:

  1. menina, vivo observando isso... nas calçadas também, pessoas que ocupam todo, TODO o espaço, como se não houvesse mais ninguém além delas...que loucura...deveria haver uma matéria obrigatória nos curriculos escolares até nas universidades: como reconhecer a existência do outro.anteontem descia a minha rua e um casal jovem e magro conseguiu ocupar a calçada INTEIRA e nem percebeu a presença de mais ninguém. será que são ectoplasmas,pensei?

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