21 de set. de 2009

De repente percebi que ventos ainda não decifrados levavam meu viver para novos caminhos. De repente percebi que todo o impulso interior contaminava, no melhor sentido da palavra, os que me rodeiam, o que me cerca. Percebi que esse impulso de ser livre de mim, para mim, ser livre com minhas asas e minhas possibilidades era algo que se espalhava como osmose pelo mundo, tudo já decifrado por meu eterno mestre oriental. O mundo responde aos nossos impulsos, desejos. O mundo responde "presente" para todos os chamados dos que acordam com seus reais impulsos inerentes em almas e fantasias. Fantasias... essas podem ser realizadas, desfrutadas. Tornam-se verdade num piscar de vida, numa fração de instantes. Tentaram reprimir, e de certo modo conseguiram. Mas nada dura tanto tempo assim e para darwin os mutilados se regeneram de acordo com a força e o propósito que nutrem por suas existências, seus sentidos, seus pulsares de presentes e futuros. A seleção é natural caro senhor. Abri os olhos. Nenhum sonho bom ou ruim. Abri a retina, os nervos, a alma, o sangue correu veloz e feliz. Me levantei e olhei o céu com aquele jeito que se diz "que maravilha viver", jeitinho de gente feliz à beça, jeitinho de gente que esquenta o pão para ver a manteiga derreter, quente, suave, saborosa, paciente. Saboreei a manhã quase tarde, o descanso que inundava os músculos mais pequenos e cheios de sensações. Formiguinhas percorriam o universo, cosquinhas nos desejos, sons de risos nos desafios. Saboreei meus próprios lábios que se lambusavam de gosto pela terra, passei a língua no gosto de cereja, deixei a marca do açúcar desse planeta. É a vida! É o mágico, é a previsão, é a disciplina para a liberdade. Eu era livre para meus desejos, eu sorria para o "sim" colorido que as causas fabricavam. Efeitos amplos...extensos...a imensidão cabia no meu quarto com espaço sobrando, essa amplitude penetrava todo o concreto da cidade, todos os seres vivos e também inanimados. Eu olhava para meu corpo santo, corpo sagrado, e abençoava cada respiração, cada calor, cada parte de pele. Eu era dona de mim, eu estava em paz. Deitada novamente esvasiei a mente do resto e inundei a mim mesma do todo. Era bom ser recheio de vida. Vida, disciplina, calma e liberdade. Blic,blec,blac. Tudo pulsando, pontuando, expandindo. Entrei em ebulição de amor e explodi em luzes pelo universo.

Um comentário:

  1. "o big bang da verdadeira renovação".
    adorei tudo isso, como você expressa
    (o que poderia ser indizível)
    com tamanha pulsação!
    beijos no seu coração

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